O pássaro
I
Deslizando na amplidão do espaço,
Sem nenhum esforço e sem cansaço,
Com as asas inertes, um pássaro voa.
II
Solto no ar, na direção do infinito
Em um lento trajeto, muito bonito,
Com destino ignorado, ao céu se doa.
III
O ritmo do seu voo torna-se constante,
Rompendo-o apenas em algum instante,
Quando as asas batem e o seu canto ecoa.
IV
O ritual daquele pássaro, com certeza...
Cumpre os instintos da sua natureza,
E, sem um rumo certo, ele segue à toa.
V
Igualmente àquela ave, o ser humano,
Sem nenhuma resposta, segue voando...
Pelos céus da incerteza que o atordoa.
(Autor: Inácio Antônio Gomes de Lima-CIÊ,
filho de JOÃO GOMES).